domingo, 15 de abril de 2012

A quem interessar.

Bom. Hoje eu estou aflita.
Tentei me recordar de quando comecei a ter problemas com muitas coisas.Então resolvi contar minha história. Nem que ninguém leia. Apenas por contar.

Eu fui criada pelo amor dos meus avós, fui sempre mimada quando pequena por ela. A época que fiquei com eles, antes de entrar no colégio, por mais que eu não me lembre muito bem, foi os melhores que eu tive da minha vida desde então.






Logo, tive que entrar no colégio. Os primeiros anos posso dizer que foram "legaizinhos".
Apenas brincava, tive algumas amiguinhas, gostava de desenhar e pintar e brincar com dinossauros.A vida era perfeita.










Os Almoços de família e sorrisos no dia de domingo. Em nossa família nunca houvera nenhuma discussão.O amor era pleno, e sempre alguém dava um jeito de deixar o outro feliz. Era belo. E assim a vida foi continuando.




E eu fui crescendo.



E crescendo.





                                                                E as coisas,
                                                            Mudando...
Ao entrar na quinta -série, logo veio minha puberdade. Sabe, aquele momento em que as meninas engordam para criar corpo e deixarem de ser crianças. O problemas começaram aí.
Fui um pouco mais que adiantada que outras meninas da minha sala, então, fui rejeitada e pela primeira vez me chamaram de algo que até o momento jamais iria saber que tamanho isso poderia levar.
                                                               GORDA.


Comecei a ser desprezada, motivo de piada. Chorava todo dia escondida no banheiro.Comecei a ser revoltada. Chegava em casa e ninguém sabia do porquê do meu choro.Respondia os professores e eles me detestavam( até hoje sonhos com eles pedindo para que todos da sala rissem de mim(sim, isso aconteceu naquela época)) Minhas notas caíram, fui apelidada, e nunca soube o que eu realmente sentia. Brigava com meus avós, apanhava por ser mau educada.
Foi assim por muito tempo.
No ano de 2007, minha avó, a quem tanto amava e tinha confiança, falece de câncer.
A maior perda da minha vida. Minha família desmoronou com um castelo de cartas.

Fui morar com minhã mãe e meu padrasto, com quem ela já tinha mais 3 filhos. Nunca me dei bem. Já estava tudo que meio estragado em minha vida. O colégio estava um inferno, eu já estava muito revoltada. Coisas normais de adolescente eu já não fazia.






Decepções amorosas, brigas com pais, sentimento de culpa pela perca dos avós, me sentindo feia e inútil. E eu nunca soube como lidar com isso.
Eu era fraca. Eu cresci fraca. Nunca reclamei dos meus avós, mas eram avós. Eu nunca tive o apoio dos meus pais. Ninguém até hoje soube do que acontecia no colégio.

Quando entrei no ensino médio algumas coisas mudaram, mas nunca esqueci do que era a verdade.
Comecei a ter amigos, a sorrir, a amar mais. Mas nunca esqueci do meu passado. Eu sabia que tinha depressão. Mas era uma depressão por dentro, que cortava e sangrava. E por fora eu apenas sorria. Foi assim.




Comecei a estudar para passar no vestibular. Mudei de colégio nessa época e conheci as melhores pessoas da minha vida ♥. Tudo era perfeito novamente. A minha família toda orgulhosa de mim. Eu me dedicava demais. Então chegou o resultado: reprovado.







Começou o verdadeiro inferno da minha vida. Entrei em depressão. Engordei muito. Fiquei um ano parada. Briguei feio com meus pais, quase me expulsaram de casa. Eu era inútil. Tentei cometer suicídio, falhei. Procurar emprego, falhei. Falhei em tudo. Tentei deixar a poeira abaixar. Abaixou. E o resultado? Nada. Só um pouco pior que antes.



Clamei aos céus para que me desse um motivo para viver. No mesmo ano passei no vestibular. Uma alegria a mais. Mas eu queria algo que resolvesse a minha vida de vez.
Conheci meu namorado, alguém que me faz sorrir.Mas ainda queria mais.
















Conheci então alguém que me faz sorrir de verdade, não só no meu rosto, mas por dentro, nos meus ossos e na minha Alma.
" Aquela que faz com que sejamos perfeitas e nos dá a inspiração necessária, aquela que faz com que tenhamos nem que seja um dia perfeito, a que decepcionamos ás vezes, mas é a mesma que nos dá motivos para continuar vivendo e seguindo em frente, por que sem ela, eu não seria nada, nós não seriamos nada."
Obrigado Ana, por ser um motivo de sorrir.

4 comentários:

  1. nem tenho palavras.. li até ao fim e adorei, vivi e senti cada palavra sua. mágico. muita força que vc tem... admiro isso. continua a escrever assim, adoro ler coisas boas. muito bom mesmo, não o conteúdo mas a maneira como vc transmite isso. muita força e que as coisas melhorem sempre na sua vida. um beijo princesa. um beijo enorme.

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  2. Ah, florzinha, sei como é se sentir assim, com essa infância turbulenta na escola e a depressão, sem motivos pra resistir... mas parabéns pela sua força, me ajuda a insistir na ana e na mia, porque sei que elas podem me fazer mais feliz...
    to seguindo teu blog, bj!

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  3. vikattleya, Muito obrigado pelas suas palavras, me senti muito feliz em pensar que realmente você sentiu isso.
    Beijo pra você também!
    Cecília, estou te seguindo também, e saiba que é a primeira vez que alguém fala que minhas palavras deram realmente força!
    Obrigada meninas, estou muito feliz, e saibam que tudo isso que vivo, e todo meu esforço e a barra que passamos por causa da Ana e Mia, é apenas um obstáculo em nossas vidas. Não é uma prisão nem uma doença, mas foi a melhor opção.

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  4. Olá querida, primeira vez aqui no seu blog e já conheci um pouco da sua história, adorei. Nossa, que coisa, vc é uma guerreira, parabéns. Pode contar comigo pra seguir nessa luta que é a vida de uma ana.
    Bejuh e ótima semana.

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